segunda-feira, 9 de junho de 2014

Resenha - Malévola

   

         Malévola, talvez um dos filmes mais esperados por todas as pessoas que tiveram uma boa infância e bons pais que passaram os clássicos da Disney aos seus filhos, conta a história desta vilã, a pior e mais cruel de todas.
            No entanto, ele traz um outro olhar e um final diferente do que conhecemos ao assistir “A Bela Adormecida”. Na adaptação, Malévola (Angelina Jolie) é mostrada como uma fada, a mais forte e poderosa de todas, com um coração puríssimo e que se apaixona por um humano, Stefan (Sharlto Copley), e depois é traída. Então ela fica transtornada de raiva, se torna má e, assim como no desenho, ela lança a “Maldição da Roca” na filha de Stefan, a Princesa Aurora (Elle Fanning). Com o desenrolar da história, é mostrada a redenção de Malévola e a “repurificação” de seu coração.
            Angelina mostrou nesse filme, novamente, a atriz maravilhosa que é. E podemos dizer que teremos mais um pequeno talento vindo da família Jolie-Pitt, a pequena Vivienne, que interpretou a Aurora com cinco anos, foi incrível, talvez a cena mais gostosa do filme (não duvido que Angelina tenha apertado muito a filha depois da gravação). E Imelda Staunton, por mais que tenha tido um papel menor, tirou da minha cabeça a imagem da Umbridge e consegui deixar de vê-la como uma monstra. Sharlto foi impecável interpretando a loucura do Rei e Elle foi uma Bela Adormecida muito mais bela que a do desenho.
O filme é bom, não excelente. A atuação dos atores foi excepcional, assim como a fotografia do filme, mas pelo que foi feito de propaganda e os vídeos promocionais, a obra completa deixou a desejar.
           

Nota: 8/10

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Resenha - A Culpa é das Estrelas (contém spoilers)

Acabo de sair do cinema com lágrimas nos olhos e deliciada por ter assistido esse filme. Após anos saindo dos cinemas e decepcionada como leitora, por não ter visto uma adaptação boa do livro que tanto gostara de ler, preciso confessar que não esperava um filme tão bom, ainda mais com a escolha do elenco, mas já chego lá.
O livro retrata um dos melodramas engraçados e sarcásticos de John Green, e ouso dizer que é o único romance do autor que realmente vale a pena ler (talvez com a exceção de Will&Will, que também é bom). Hazel Grace tem câncer no estágio 4 desde os 13 anos, vai a um grupo de apoio obrigada por seus pais e por lá conhece seu grande amor, Augustus Waters, um jovem de 18 anos, perneta, curado do seu osteossarcoma. E então a história toma um rumo diferente dos melodramas a la Nicholas Sparks, que se resume na morte da personagem principal e no sofrimento eterno do seu amor. Ele gira em torno do livro “Uma Aflição Imperial”, do autor Peter Van Houten, a necessidade que Hazel Grace sente de saber o que acontece após o livro, uma metáfora para saber o que aconteceria após sua morte, a viagem do casal a Amsterdã para conhecer o autor e o desenrolar a história de amor deles, mas além disso, o livro mostra a vontade de viver que Augustus tem e faz Hazel Grace sentir, e que se pode ser otimista, mesmo quando sua “montanha russa que só sobe” começa a descer com toda a velocidade e não tem como parar. Com o desenvolvimento da história, Augustus tem uma recaída na doença e morre. O livro termina poucos capítulos depois, sem drama em excesso, com uma mensagem do amor que eles sentiam um pelo outro e com uma dúvida, ao menos para mim, no ar.  
O filme é incrivelmente fiel ao livro. Se você gostou de assistir “Em Chamas” e ouvir os diálogos que lia, vai gostar de assistir “A Culpa é das Estrelas”, acontece a mesma coisa. As cenas principais estavam incluídas e foi possível dar boas risadas com Isaac, um garoto que teve câncer nos olhos e perdeu seus globos oculares e mesmo assim é o melhor personagem da história. Mas o filme é, na maior parte, emocionante. Os diálogos cheios de metáforas entre os personagens principais e o amor que eles sentem um pelo outro, o sofrimento de Augustus, indo de um cara forte a um doente e, sobretudo, o elogio fúnebre feito por Hazel, fazem você chorar feito um bebê no cinema.
Se Ansel Elgort gerou alguma dúvida sobre sua qualificação para interpretar Augustus, quando escolhido para o papel, e foi criticado pelas fãs, merece bons pedidos de desculpas. Ele foi um Augustus impecável e não poderia ter ator melhor. Ansel tornou real o garoto dos sonhos de qualquer garota (ou garoto) que tenha lido o livro. Quanto a Shailene Woodley não esperava menos. A garota arrasou em todos os filmes que já vi com ela, assim como foi a melhor Hazel Grace que poderia existir. Na verdade, não tenho o que reclamar do elenco, todos foram sensacionais.

Agora, saia desse computador e vá assistir ao filme logo, ok? Ok.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Rixa entre universidades

            Estudei muitos anos em colégios particulares, e neles sempre houve rixa com outros colégios particulares, por exemplo: é claro que nenhum colégio particular gosta do Positivo. Ele é melhor? Não. Não é melhor que nenhum outro. Todos fazem seu melhor. É claro que o pré-vestibular do Positivo tem mais aprovações, mas é porque tem muito mais aluno que os outros e tem uma preparação, como gosto de chamar, “Carreirista”, no sentido “Jogos Vorazes” da palavra. Porque tem coisa mais parecida com “Jogos Vorazes” que o vestibular? Exame imposto pelo governo para entrar na Universidade, que vários jovens quase se matam (sim, uma amiga minha me contou que ficava 16h estudando) por pouquíssimas vagas. Passei pela minha experiência de vestibular há poucos meses, fiquei dois anos na correria pra ser uma em trinta, excluindo-se as vagas de cotas e do Sisu, precisaria ser uma em quatorze. E nesses dois anos precisei aprender algumas coisas além das matérias que precisaria para o vestibular.
No meu primeiro ano nesse “jogo”, fui uma das pessoas que estudava entre 10h à 12h por dia, não saia nos finais de semana e minha vida se resumia ao vestibular. Eu estudava pra superar o “monstro” da primeira fase da UFPR, que é de conhecimentos gerais e é a que menos conta pontos pra sua aprovação. Eu, que me julgava uma escritora nata e que o meu maior talento era a escrita, não estudei para a segunda fase do vestibular, a própria redação. Também me julgava boa demais para Universidades particulares e não tentei entrar em uma sequer. Não passei no vestibular da Federal. Não fiquei nem perto de conseguir entrar numa possível chamada complementar. Então foi a hora de aprender mais duas lições: pessoas que fazem cursinho pela segunda vez não são burras, elas estudam tanto quanto, ou até mais, que os alunos que estão no terceirão. A outra foi ter que aprender a viver num “Cursinho – Carreirista”, ou que eu ao menos julgava Carreirista, o Dom Bosco.
Os primeiros dias no Dom Bosco foram terríveis para mim. Eu sentia vergonha de mim mesma por estar ali. Todos os meus amigos estavam na Universidade, alguns que não estudavam nem um terço do que eu tinha estudado no ano anterior, ou durante a vida inteira, estavam na UFPR, que era o meu sonho de vida. Mas eu precisei aprender a conviver com aquilo. Quando deixei a vergonha de lado, fiz amizades. Amizades de verdade, com pessoas que estavam vivendo o mesmo que eu e que me entendiam. Foi o que tornou minha vida naquele ambiente suportável. Neste segundo ano de “jogo” decidi me preparar para a segunda fase do vestibular. Então eu estudei português como nunca e escrevi. Escrevi sobre todos os temas possíveis. Meu estudo para a primeira fase era como um “hobby”, deixei as matérias que eu não gostava, leia-se exatas, para estudar quando não tinha mais o que fazer. Estudava de verdade história, geografia, biologia, química, português e redação. E aí saiu o resultado do vestibular da Federal: eu não tinha passado de novo. Mas ficara a 5 vagas do meu sonho. Eu estava muito perto. Mas me matriculei numa Universidade particular, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná e comecei meus estudos de jornalismo lá.
Então aprendi uma das maiores lições dos meus pais “Não cuspa pra cima, pode cair bem na sua testa” e assim entrei na PUCPR. Logo na primeira semana conheci muitas pessoas legais e me apaixonei pelas oportunidades (caras) que ela oferecia, pelas pessoas e pela estrutura. Estava já bem adaptada à rotina de lá, quando saiu o resultado da Chamada Complementar da Federal. E pra minha euforia, eu estava convocada. Meus amigos da PUC tiveram reações que só tornaram a minha decisão de seguir o meu sonho mais difícil, eu não queria mais deixar eles, pois eu sabia que a partir do momento em que eu o fizesse, nada mais seria do mesmo jeito. Por isso fiz um combinado com meu pai: eu faria as duas faculdades, ficaria na PUC até o final do semestre e então decidiria qual era a melhor. Mas eu queria ficar na PUC, estava “contaminada” com as ideias de lá e de que a Federal era “uma merda”, as cadeiras eram horríveis e diziam que nos banheiros não tinha papel higiênico. Então uma nova colega, que tinha passado na primeira chamada, me falou o que me convenceu a seguir meu sonho e foi: “Marcela, quando você estiver na entrevista de emprego com UFPR no seu Curriculum, eles não vão se importar se você estudou num lugar com cadeiras quebradas ou sem papel higiênico no banheiro, eles vão saber que você ralou pra chegar onde está e que é alguém em que se deve confiar pra trabalhar. E que você teve o melhor ensino possível.”.
Uma vez na UFPR senti a pressão de estar numa Federal. Não aguentei e sai da PUC em questão de um mês. Mas nesse um mês senti o que é uma real “rixa”, não era o que eu vivia no colégio ou no cursinho, de simplesmente “não gostar” do “Positivo”. Meus amigos da particular passaram a desdenhar com mais intensidade do ambiente em que eu estudava, sem nem ao menos conhecer ele. Ser chamada de “federeca” e ouvir coisas como “a minha universidade é bem melhor” passaram a ser rotineiras na minha vida. Então eu percebi a hipocrisia da situação. A maior parte dos que falam mal da Federal são os ressentidos que levaram um tapa na cara, assim como eu levei uma vez, falando que “você ainda não está preparado pra estudar aqui”. Todos eles tentaram o vestibular dela e não passaram. Não digo que os alunos da Federal sejam santos e que não falam mal dos alunos e da estrutura das particulares, porque eles falam. Muitos sem propriedade, porque também não conhecem a situação das Universidades particulares, acreditam que lá só tem riquinho, que o “papai paga a faculdade” e não faz nada da vida. É mentira, na maior parte. Os alunos das particulares ralam tanto quanto os da Federal. Eles merecem tanto valor quanto os da Federal.

Essa rixa existente entre as Universidades é, no mínimo, ridícula. Principalmente entre os alunos de jornalismo. Nossa profissão depende de “network”, precisamos nos conhecer e reconhecer nossos trabalhos. No final, quando todos estivermos formados e no mercado de trabalho, não importará, como disse minha colega, onde você estudou e em quais condições, mas o seu trabalho! Depois de passar a loucura da faculdade, estaremos todos em pé de igualdade e precisaremos uns dos outros. Por isso, já está mais do que na hora de terminar essa rixa e unir os alunos das universidades particulares e Federal pra beber uma cerveja e começar a aumentar nosso network. 

Como fazer um blog?

            Como se iniciar um blog? Quando criança, tive vários. Me diziam que o blog era como um diário online, então sempre fazia aqueles posts do tipo “Querido Blog, hoje meu dia foi muito chato. Olha a foto do meu cachorro”, então descobri que eles não eram legais e ninguém lia. Desisti de ter blogs. Uma década depois, entrei pra faculdade de jornalismo. E é praticamente regra que jornalistas tenham blogs, pois ali está o trabalho dele. Seus textos e sua opinião. Mas como começar? Existe uma fórmula pra que ele dê certo? Se existir, complicará pra mim, nunca fui boa com fórmulas. Não sou boa com prática. Sou uma excelente teórica. No entanto, pela primeira vez, acredito, decidi por em prática um desejo meu: exibir meus textos para os outros, por maior que seja a vergonha que sinto deles.            
            Mas continuo não sabendo como iniciar. Queria que fosse com um grande e bom texto, que exibisse meus talentos de jornalista e escritora, mas eu ainda não sou uma jornalista formada e estou longe de ser uma escritora, no mínimo, boa. Sou apenas uma pessoa que gosta de escrever e dar opinião sobre tudo, por mais idiota que seja. E por ser geminiana, fico na duvida com qualquer coisa, imagine com algo grande como “o meu blog”, por isso comecei ele com um texto que deixa bem claro como eu não sei o que estou fazendo e com um monte de tagarelice minha que não levará ninguém a lugar nenhum, coisa que eu adoro fazer na vida “real”.

            Para não dizer que meu texto ficou inútil, deixarei um versinho que lembra minha infância e está na minha cabeça: “Sou pequenininha, do tamanho de um botão, carrego papai no bolso e a mamãe no coração”.